quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sophia X

Não estava frio, muito menos chovendo, mas havia névoa, muita névoa embaçando os pensamentos de Vicente, memórias antigas e recentes se misturando numa cabeça a qual nem ele próprio sabia dizer se sobrara um mísero pingo de sanidade dentro.

Ele correu,

correu,

correu no meio daquela tempestade.

Seu sol fora roubado, ah, Sophia...

Estava com medo, fugindo de alguém, não sabia se dos amigos – ex amigos, talvez -, ou dele mesmo. E isso tudo acontecendo no meio de um furacão de emoções, virou a esquina, começou a cruzar uma rua e não teve tempo de chegar do outro lado.

Um carro o atingiu, ele desmaiou. Talvez fosse um alívio, inconsciência não é nada perto daquele desespero de antes. Seu coração silenciou quase que instantaneamente.

Sophia e Esteban vinham logo atrás, ela não chegou a ver o momento exato do acidente, fechara os olhos. Correram juntos. Tentaram reanimá-lo... Em vão.

Ainda estavam em estado de choque, quando repararam que ele tinha algo em mãos, abriram delicadamente aqueles dedos frios e sem vida, Sophia caiu aos prantos sobre o ombro de Esteban, era demais para ela. Havia um relicário com a foto da única pessoa que ele conseguira amar verdadeiramente em vida, sua melhor amiga e seu único amor, Sophia.

A chuva veio como que para lavar aquela alma nobre e perturbada, se misturou às lágrimas e aos soluços da menina que usava vestido florido na ocasião.

3 comentários:

  1. Tô arrepiada, Bel. Cê é um genial.

    Muito bom, sério mesmo. É incrível como você escreve... é tão, mas tão gostoso de se ler. Sei lá. É uma leitura agradável, bonita, simples. Perfeita. ♥

    Preciso de mais contos tipo o da Sophia :(

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  2. Cê é genial, não UM genial. hahahah

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  3. Adorei o texto, bem original.

    Estou lhe seguindo...

    Beijos

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