Haviam lugares os quais ela adorava frequentar, sua cidade era minúscula, mas no fundo ela nem ligava tanto assim, sentia falta de alguns bons concertos de folk e indie rock e enjoava de ver sempre os mesmos rostos na rua, mas esse não era o problema principal.
Era bem certo que ela queria achar seu lugar no mundo, e que ela tinha certeza que não era aquele.
Sophia estava na biblioteca, que na lista de lugares preferidos, só perdia para o seu quarto. Folheava livros cada vez mais interessantes e envolventes. Haveria coisa melhor que o cheiro de livros novos e o silencio interrompido de vez em quando por barulhos aleatórias de portas abrindo e fechando, folhas passando e tics de caneta?
Uma dessas batidas de porta chamou sua atenção, não pelo barulho ou pela força investida na maçaneta, e sim por quem entrou naquele lugar. Ela nunca tinha o visto antes, teria se lembrado daqueles fios de cabelos castanhos levemente assanhados. Prestou atenção o suficiente para notar seus olhos claros de ressaca, como os de quem troca suas noites de sono por um bom filme francês. Ela não sabia como deduziu isso, só deixou a imaginação fluir demais ou enxergou nele um espelho de sua alma.
Ele foi direto para a sessão de literatura antiga, coincidência ou não, a preferida de Sophia.
"Quando eu vi você, não soube o que falar
Por medo de ouvir uma resposta que iria me fazer ficar"
Sophia, para de me encantar com esse seu cheiro de café!
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